#9, Guimas

A escolha deste pique está diretamente relacionada à reação fofa que nossos amigos tiveram a este blog que vos escreve. Confesso que a ideia de criar essa brincadeira foi puramente de cunho gastronômico, sem pretensões de nos lançarmos ao estrelato do mundo dos blogs – até porque, né, para isso ainda falta um bocado. Daí que começamos a receber muitas dicas de lugares, convites para almocinhos e intimações para participações em nossas empreitadas. Agora diz, podia ser mais gostoso? Podia não.

Sendo assim, o destino deste post foi indicado e compartilhado com a querida Juju, que tem uma relação afetiva fortíssima com o Guimas. Desde pequena, o restaurante com carinha de bistrô descompromissado faz parte dos almoços de fim de semana da moçoila com seu vovô, um mestre apreciador da boa mesa.

Pois bem, nesta noite, éramos quatro e estávamos de fato famintos. Guiados pela Juju, estávamos encantados pelo cardápio e pelo clima do lugar – um jeito diferente do que normalmente se encontra no Rio, com suas mesas de toalha xadrez e varandinha repleta de flores, mas ao mesmo tempo com a boa e velha toalha de papel e garçons de jeitão bem humorado. Tudo isso a um passo da confusão do Baixo Gávea, que nem de longe se fazia presente na calmaria que nos acompanhava. Não precisava de muito mais para estarmos à vontade.

Então, vem gente que hoje tem:

Couvert individual :: r$9,80
Já havíamos sido avisados de que o couvert não deveria ser pulado. Para os saudosistas dos almoços no La Mole da infância, a entradinha do Guimas mata as saudades com upgrade de qualidade. Não é nada de muito elaborado: pão quentinho (servido a toda hora, no esquema non-stop), palitinhos de cenoura, manteiga em bolotinhas, azeitonas, pastinha de queijo e ervas, além do patê que é divino e um ótimo pretexto pra bebericar mais alguma coisa e jogar um pouco de conversa fora.

Prato principal #1 :: Lagostim crocante com risoto de limão siciliano :: r$ 55,10
Esse é daqueles pratos que só de lembrar já dá um tremelique. Apesar de achar que os temperos fossem aparecer mais no sabor do lagostim (já que o prato leva hortelã e gengibre), o resultado é super suave e bastante delicioso. Outra surpresa foi descobrir que este é um prato substancioso, ainda mais acompanhado de risoto. Este, aliás, foi seu único pecado. Como grande apreciadora e produtora (de qualidade, modéstia à parte) de risotos, digo que o arroz estava um pouco cru. Tudo bem, o lagostim reinou.

Prato principal #2 :: Arroz de pato :: r$ 49,30
Sempre que figura no cardápio, Edu já fica ligeiramente descontrolado e não consegue olhar muito para outras opções (só um bom picadinho consegue alguma atenção, mas o avançado da hora não lhe permitiu tal ousadia). Pois bem, mais um arroz de pato para apreciação. E a avaliação? Não chegou a ser o melhor e certamente está longe de ser o pior, mas nada o descreveria mais adequadamente como um abuso de pato. Acompanhado de rodelas suculentas de paio, a porção generosa quase sobrou, mas o sabor do prato não permitiu este despautério.

Prato principal #3 :: Filé do bêbado :: r$ 48
O prato faz jus ao nome, e não é por causa de seu molho de vinho tinto. Um bifão daqueles, servido no ponto exato que foi pedido (“Quero me filé quase vivo, por favor”), coberto de bacon e champignon. E, claro, não poderiam falar as batatas, aqui servidas gratinadas, que foram aprovadas com louvor. Precisa desenhar o porquê do nome?

Prato principal #4 :: Trio de tartar :: r$ 30,90
De longe a opção mais leve da noite, normalmente pedida como entrada, mas bastante suficiente para uma mocinha. Eram três os tartares (tartares?): atum, salmão e tomate, acompanhados de torradinhas e salada verde. A dona do prato elegeu a versão de tomates como a favorita, o que parece bastante curioso. Mas, sendo a nossa “anfitriã”, não há discussão. (;

Foi consenso que o Guimas é um restaurante para a vida. Pratos tradicionais, feitos sem muita firula, mas muito saborosos e substanciosos. Chegamos também à conclusão de que, para apreciar os pratos sem tanto pesar, a melhor opção é curtir um longo almoço, com direito a soneca de fim de tarde. Para jantar, melhor lançar mão do couvert, bebericos e entradinhas, para prolongar o papo e não atrapalhar o sono. E, em qualquer ocasião, é bom lembrar que de carteira vazia não se deve nem chegar perto – o Guimas é um prazer caro. A conta, para quatro felizes comensais, foi de r$330, incluindo a garrafa de vinho. Pelo menos para nós, não é para todo dia.

Fugindo à regra, deixo vocês com um presente de fim de post. Só há um pecado mortal que se pode cometer no Guimas: sair de lá sem provar o mil folhas (r$16). Um arraso de sabor, explosão de sentimentos que não pude acreditar, muita emoção a cada garfada. Não cometam esse erro, ok?

Não é coisa linda de Deus? MUITO AMOR! <3

***

Com a participação especialíssima de Juju e Sabogs, companhias de longa data de garfo, papos e bebidinhas.

***

Guimas
Rua José Roberto Macedo Soares, 5 – Gávea
Tel. 2259.7996

Essa publicação foi escrita por Tais Martins e publicada em 21/03/2012 às 04:52. Está arquivada em $$$$$ salgado, Almoço, Internacional, Jantar, Muito amor, Tradicional e marcada , , , , , , , , , , . Guarde o link permanente. Seguir quaisquer comentários aqui com o feed RSS para este post.

2 opiniões sobre “#9, Guimas

  1. Erika em disse:

    Saudade de comida de verdade! Almoço pros americanos = sanduíche + matinho pra tirar a culpa (e olhe lá!). Quero ser guest star do blog quando voltar! Reservem o timeslot do Origami pra mim, na semana ‘japa de raiz’!

    Beeeijos!

    • Show, mas o Origami não pode, tem que ser um lugar inédito. ;)
      Sobre os sanduíches, muito louco: há uma semana que os gringos estão aqui no trabalho comendo subway every fucking day… povo estranho.

      volta logo, bjs!

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